sábado, 20 de outubro de 2012

Aprender a ler e a escrever

É mesmo interessante lembrar o início de algo que parece já ter nascido com a gente. Minha mãe costumava dizer que aprender a ler e a escrever era como um milagre: íamos para a escola sem saber nada e voltávamos de lá escrevendo e lendo.

Como sou a caçula de três irmãos, comecei a frequentar a escola conhecendo letras, números, meu nome, entre outras coisas, porque os mais velhos me ensinavam, brincando, usando o material didático com o qual todas as crianças eram alfabetizadas: a cartilha Caminho Suave. Na escola, os textos repetitivos, que serviam como exercícios de fixação, já eram meus conhecidos.

Em casa, a leitura era algo comum, era mesmo uma das opções de lazer. Não se tinha dinheiro para gastar com livros novos, mas o vendedor ambulante que passava na porta de casa, aceitava o pagamento parcelado para a aquisição da enciclopédia Conhecer e da coleção do Sítio do Picapau Amarelo, ambos de capa vermelha com letras douradas, o que os tornavam sedutores aos meus olhos e aos de meus irmãos. Os deliciosos livros de Maurice Leblanc, Arsène Lupin, versão francesa do inglês Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle, também fizeram parte de minha formação leitora, não por escolha, mas, sim, porque não me importava por ler livros que outros já haviam lido.

Mais tarde, recebíamos em casa livros comprados pelo catálogo do Círculo do livro, os quais também eram vendidos por ambulantes e pagos em pequenas parcelas. Esses também fizeram parte da formação leitora de meus filhos, pois os tenho até hoje. Sem mencionar os gibis (com linguagem formalíssima, com exceção do quack!) do Tio Patinhas e Pato Donald e (os informais, perseguidos pelos professores) Mônica e Cebolinha...

É, já estão sentindo o cheirinho de naftalina, não é? Ok.

Mas, o importante disso tudo, é saber que posso influenciar outras pessoas a conhecer o mundo da leitura, o mesmo mundo que faz parte da minha vida, da vida da minha família, que nos une, que promove conversações infindáveis.

Assim, considero-me feliz por trabalhar apresentando esse caminho a muitos, mesmo que apenas alguns queiram trilhá-lo.

Claudia De Nardi Moraes

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